sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


Você entra numa sala de cinema, apagam-se as luzes, ilumina-se a tela. Uma sucessão de imagens, cores, luzes, sombras e sonoridades preenche o espaço e você, junto aos personagens que compõem a história que se desenrola à sua frente, reconstrói aquela narrativa cinematográfica. Um filme é sempre visto como se fosse a primeira vez, mesmo que você o tenha visto antes, ou ainda que o veja depois. A linguagem cinematográfica conduz o espectador a um tempo inaugural, sempre no presente. Primeiro a escuridão, minutos depois a luz se faz.
Nas palavras de Tarkoviski:
“Tudo se passa, então, como se o filme, ao apreender determinado tempo, pudesse transformá-lo em um eterno presente. E é para esse presente que o espectador é transportado a cada nova projeção. As pessoas vão ao cinema em busca do tempo, do tempo perdido da história, do tempo das muitas histórias que os filmes contam. Este, talvez, seja o maior poder do cinema: o de enriquecer a experiência viva e presente de uma pessoa.”

- TARKOVISKI, Andrei. Esculpir o tempo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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